domingo, 3 de outubro de 2010

Eleanor Marx, filha de Karl

“A essa altura, vocês já terão compreendido que o socialismo não é exatamente o que nossos inimigos e seus empregados na imprensa apresentam. Invariavelmente, uma das primeiras coisas que eles dizem é que nós, socialistas, queremos abolir a propriedade privada; que não admitimos o ‘direito sagrado de propriedade’. Mas ao contrário, é a classe capitalista hoje que está confiscando nossa propriedade privada. E é porque acreditamos no ‘direito sagrado’ de vocês àquilo que possuem que queremos que vocês possuam o que hoje é tomado de vocês”.
Os capitalistas aboliram a ‘propriedade privada’ das classes trabalhadoras, e nós pretendemos que ela lhes seja devolvida. Todos os homens, então, terão direito à ‘propriedade privada’, pois todos os homens pertencerão a uma só classe – a classe dos produtores.

“Depois, a vocês é dito que os socialistas não querem lei nem ordem. Realmente, nós não queremos o que hoje eles chamam de ordem, pois a ordem de hoje é desordem. A anarquia prevalece por toda parte. Encontramos homens milionários e homens que morrem de fome; mulheres que possuem milhões e milhões e mulheres que tem que escolher entre a fome ou a prostituição. Nós não chamamos isso de ordem. Nós não achamos que seja ‘ordem’ um homem trabalhar dez, doze, catorze ou até mais horas por dia e, no final da vida, não ter nada de seu. Nos não achamos que seja ‘ordem’ mulheres terem que se prostituir. Nós não achamos que seja ‘ordem’ quando de um lado existem fábricas e depósitos abarrotados com superprodução e, de outro, milhares e milhares de pessoas que precisam desses mesmos artigos que apodrecem nas lojas. Tudo isso é desordem, e queremos acabar com isso e colocar uma ordem verdadeira no lugar”.
“Apesar de todo o sofrimento e tristeza, é melhor ter sentimentos fortes do que não ter sentimento nenhum”.

“A vitória de uma greve nem sempre é puro ganho, nem uma greve derrotada é, necessariamente, pura perda. Algumas vezes... é melhor lutar e perder do que não lutar... todas as centenas de greves grandes e pequenas apontam para uma mesma conclusão... a de que o sindicalismo e as greves, por si só, não emanciparão a classe trabalhadora... cuja liberdade econômica só poderá ser conseguida através do domínio do poder político no interesse de sua própria classe”.
“Não creio que exagero quando penso que a beleza da vida, a alegria de viver é o que deve nos guiar e é o que nos pode dar alguma força. Que a revolução significa não apenas a busca da vida e da liberdade, mas a busca da felicidade. Que é por acreditar que a vida vale a pena que podemos ser generosos e ter a ambição de compartilhar com todos o que ela pode oferecer de precioso – mesmo que isso às vezes seja tão pouco”.

“Quanto mais sou capaz de me realizar em várias áreas, mais livre eu sou. O cerne do capitalismo está na alienação em que joga as pessoas, alienação tanto uma das outras, quanto da natureza e, sobretudo, de si mesmas: de seus sentidos, suas emoções, suas forças criativas”.
“Tenho tanta necessidade de afeto que, sem ele, as coisas para mim perdem o sentido. Ficam pesadas, negras, sem graça. Não sei viver se não puder ter esse mínimo cotidiano de felicidade, que é sentir que sou importante para as pessoas que me cercam. É poder olhar o mundo e enxergar sua luz, suas formas, seus cheiros, e sentir que vale a pena. Não sei viver sem isso”.

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